domingo, 14 de junho de 2009

Pelo Buraco da Fechadura

"O professor chegou 10 minutos antes da aula começar. No quadro já estavam o nome da disciplina e o título da aula e também a primeira pergunta que ele queria fazer aos seus alunos. Mas na hora da aula, não havia qualquer aluno ali.

O professor se sentou e esperou. Aqueles alunos tinham que chegar! Afi nal, não era um curso qualquer: era uma pós-graduação de uma instituição de excelência, com professores gabaritados e, ainda por cima, gratuita. Além disso, todos os matriculados também eram professores, e haviam sido selecionados com base em critérios exigentes. Então, onde eles estavam?

Foi então que o professor viu um aluno olhando pelo buraco da fechadura. E notou, depois,os olhinhos se revezando. Mas nenhum deles entrou.

O professor já tinha tido contatos difíceis com alunos com dificuldades de aprendizagem, problemas de saúde, bagunceiros, barulhentos, agressivos. Já tinha precisado se virar para lidar com turmas agitadas ou dispersas demais, e tinha até sobrevivido a algumas tentativas de motim em sala de aula. Com alunos que não entravam na sala, no entanto, ele não sabia como lidar. “Será que eles não me viram aqui?” Ele pensou. “Até parece que nunca entraram em uma
sala de aula.”

Então ele olhou ao seu redor e viu sua sala de aula: tela, mouse, modem, seqüências de bytes, montes de ‘zeros e uns’. Fórum, chat, e-mail. A sala de aula parecia saída de um filme de ficção científica, e os alunos estavam curiosos, mas apavorados."

Como no filme Matrix, onde a chuva de caracteres na tela indicava tudo o que estava acontecendo no "mundo virtual" e ao mesmo tempo só era entendida por quem conhecia o computador e o sistema, os designers instrucionais precisam estar atentos a criar esquemas de conteúdos que não excluam os usuários que não conhecem o sistema. É preciso pensar sempre nos mais simples, para se conseguir atingir a todos.

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