segunda-feira, 29 de junho de 2009

Plataforma Moodle

O Moodle (ou Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment) é uma das plataformas de apoio a aprendizagem mais divulgadas e utilizadas no Brasil. O sistema é um tipo de LMS (Learning Mangment System) com CMS (Course Managment System), formando um LCMS (Learning and Course Managmente System). O software também pode ser utilizado como gerenciador de conteúdo, porém é necessário bastante experiência com a ferramenta, além de apoio de desenvolvedores e webdesigners, para que dê tudo certo.

Criado em 2001, pelo educador e cientista computacional, Martin Dougiamas, o Moodle surgiu como uma opção gratuíta de plataforma de ensino online. O próprio Martin, já havia sofrido com as limitações de LMSs de código fechado, quando deciciu criar um sistema de qualidade, com código aberto. O primeiro moodle, foi criado por Dougiamas como parte de sua tese de doutorado, e hoje conta com inúmeros colaboradores.

Martin Dougiamas

O Moodle possui atividades que podem ser configuradas de acordo com a necessidade da turma, como: questionário, chat, fórum, lição, blog, enquete, entre outros, além de ser compatível com o padrão SCORM 1.2 e permitir a disponibilização de arquivos para download e exibição de vídeos. Mas ele não é o único. Existem inúmeras plataformas parecidas, mas o Moodle, por contar com uma imensidão de programadores voluntários, tem crescido muito a cada ano. Hoje, ele já é utilizado por todas as Universidades Públicas brasileiras que possuem cursos à distância. Além disso, também é adotado por diversas empresas privadas que encontraram nele a possibilidade baratear os custos do treinamento de seus funcionários.

A plataforma Moodle pode ser definida como uma caixa de ferramentas modular para o desenvolvimento de atividades e tarefas online e para a criação de comunidades de aprendizagem. É um programa em constante desenvolvimento, o que o torna bastante vivo. E não é preciso ser voluntário do Moodle para programar para ele. As empresas que o adotam, em geral, possuem em seus quadros, desenvolvedores que criam módulos personalizados de acordo com a realidade da instituição. Além dos módulos, também é possível a criação e utilização de blocos, que ficam localizados nas laterais das páginas e fornecem informações úteis aos alunos. Útil para os alunos e para os tutores e professores, o Moodle permite que o profissional de ensino avalie constantemente seu conteúdo, adaptando-o para cada grupo de alunos.

O Moodle também é pensado para que haja interação entre seus usuários. Além de todas as ferramentas que permitem esse contato, como chats, fóruns e instant messeger, no Moodle, cada participante possui um perfil que pode ser preenchido por ele próprio com informações pessoais que incentivam a interação com os colegas como em uma rede social.

Números do Moodle
- 1000 downloads do Moodle são feitos todos os dias
- 17000 sites Moodle são registrados pelo mundo
- 160 países possuem sites Moodle registrados
- 75 línguas diferentes já possuem pacote para o Moodle
- 4000 usuários participam dos fóruns do site oficial do Moodle em inglês
- 1300 usuários participam dos fóruns do site oficial do Moodle em espanhol
- 200 usuários participam dos fóruns do site oficial do Moodle em francês

quinta-feira, 25 de junho de 2009

A contrução de comunidades virtuais - E-tivities

As E-tivities, são um conceito elaborado por Gilly Salmon, que compreendem um conjunto de procedimentos que visam estabelecer relação entre membros de uma comunidade de forma gradual e permanente, favorecendo, assim, a interatividade e o ensino on-line. Elas são concretizadas em atividades motivadoras baseadas na interação entre os alunos, principalmente atráves de mensagens de texto assíncronas, permitindo serem desenvolvidas ao longo do tempo.

São características-chave das e-tivities:
- São concebidas e mediadas por um moderador (em geral, tutor ou professor)
- Contém instruções on-line para não impedir a participação de usuários leigos
- Contém uma "faísca", um pequeno texto desafiador
- São assíncronos, como um fórum
- Demandam participação ativa dos participantes

Um curso baseado em e-tivities têm 5 etapas importantes:
1) Acesso e motivação: atividades introdutórias e acolhimento do tutor
2) Socialização: Os alunos começam a interagir por conta prórpria, ou não. Nesse ponto, o tutor estabelece "pontes" entre os usuários
3) Troca de informações: Os alunos começam a sentir mais seguros e à vontade online. É a hora de realizar tarefas cooperativas e em grupo.
4) Os usuários começam a estudar ´por conta própria e precisam ser sempre sustentados pelo tutor
5) Desenvolvimento: Os participantes se tornam responsáveis por sua prórpria aprendizagem e conseguem aplicar seu conhecimento em contextos individuais. Se tornam empenhados, criativos, críticos e auto-reflexivos.

terça-feira, 23 de junho de 2009

A contrução de comunidades virtuais - Drops: Web 2.0

Web 2.0 é apenas um conceito, porém, tem revolucionado o mundo da informática, e, para nossa sorte, o mundo da educação. Através de uma nova tecnologia chamada Ajax, que mistura JavaScript e XML assíncrono. Essa nova tecnologia dá uma base mais consistente para a troca de informações e colaboração entre usuários. É claro que, o avanço da internet, cada dia mais rápida, facilita muito o acesso dos alunos a essas ferramentas.

Alguns exemplos clássicos de ferramentas da Web 2.0 são: blogs, wikis, players online de vídeo e sites de relacionamentos.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

A contrução de comunidades virtuais - Caixa de Ferramentas

Plataforma educacional é todo software que permite o uso de ferramentas de comunicação e aprendizagem. Cada plataforma possui pontos positivos e negativos, e por isso, é preciso conhecer a fundo a plataforma que você usa e as ferramentas que você possui para que as soluções para os problemas do dia-a-dia sejam resolvidos de forma conveniente para o aluno e para o tutor.

“Se a sua única ferramenta é um martelo, você tende a ver todo problema como um prego!” Abraham Kaplan (1964).

É muito importante termos a ferramenta correta, assim como, saber usar a ferramenta correta.

Atualmente, o software educacional mais usado no mundo é o Moodle (www.moodle.org). O programa é gratuito e utilizado por praticamente todas as Universidades Públicas no Brasil. Ele foi criado pelo australiano Martin Dougiamas, em 2001, como parte de sua tese de doutorado, e significa Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment.



O moodle permite inúumeras atividades que disponibilizam a atividade para o aluno, medem seu aprendizado, incentiva a sua interação com os colegas, e ainda gera relatórios disso tudo para os tutores/gestores/administradores do curso e do sistema. (Em breve, publicaremos informações sobre as principais ferramentas do moodle e seus usos possíveis).

O grande ponto fraco do moodle é sua interface que não é muito amigável para os usuários, mas pode ser incrivelmente modificada pelo designer que projetar seu tema. Alguns exemplos:

Tema Padrão
Tema Simples


Temas elaborados por designers especializados

Os temas elaborados foram criados pelos designers da empresa Literis.


PLANEJAMENTO DE UMA COMUNIDADE VIRTUAL - Objetivos, regras e estrutura

Objetivos: Os objetivos para a criação de uma Comunidade Virtual podem ser variados, porém, em nosso caso, da educação, ele deve ser único: Criar um ambiente propício para aprendizagem de nossos alunos.

Regras: As regras variam com o tempo disponível e o público-alvo, porém, precisam garantir igualdade de oportunidades de aprendizagem para todos.

Estrutura: Plataforma que será utilizada, possibilidades que ela oferece e como irá contribuir para que se alcance o objetivo.

Termo de Compromisso

O presente termo de compromisso constitui-se no compromisso total e formal da tutora de Ensino à Distância Andréia Menezes Quelhas em reconhecer, concordar e acatar, em caráter irrevogável, irretratável e incondicional os termos aqui citados.

Os itens se referem ao trabalho prático e a responsabilidade moral do tutor, enquanto guia dos alunos em cursos EAD, e precisam ser freqüentemente visitados para que não caiam no esquecimento.

1. Enquanto tutora, me comprometo a exercer minha função da melhor maneira possível independente do sistema de tutoria, do ambiente de aprendizado e da integração possível, ou não, entre eles. Prometo utilizar tanto as ferramentas do ambiente quanto a interatividade do sistema tutoria para:
a) Forçar ao máximo a integração entre eles, a fim de promover uma aprendizagem de qualidade para os alunos.
b) Mediar e integrar a turma, através das ferramentas do ambiente, facilitando a organização de seus estudos através de feedbacks contínuos e propostas de auto-avaliação, com a finalidade de potencializar a autonomia dos alunos.
c) Não olhar para a mediação da turma como uma comum e rotineira tarefa de um tutor, mas como uma forma de me aproximar dos alunos, não só pelos fóruns de discussão, mas através de atividades como chats e wikkis.
d) Chegar perto dos alunos, conhecer seus hábitos de estudo e utilizar essas informações para interferir beneficamente na organização de seus estudos.
e) Dar conselhos sobre o que e como um determinado assunto pode ser melhor estudado.
f) Tornar-me parte integrante da turma, sem esquecer minhas responsabilidades como tutora, principalmente nos momentos em que forem necessários “puxões de orelhas” ou posições mais firmes sobre algum assunto.
g) Utilizar todas as possibilidades de feedback que o ambiente me oferecer para dar um retorno amigável aos alunos sobre suas atividades.
h) Estudar as possibilidades da plataforma utilizada a fim de criar estratégias de auto-avaliação onde os alunos avaliem suas próprias atividades e, junto comigo, tutor, determinem o que precisa ser melhorado no processo de estudo.

2. Declaro me comprometer a zelar pela interatividade do sistema de tutoria, levando sempre em consideração as relações interpessoais. Para cumprir este compromisso, tomarei as seguintes providências:
a) Estarei sempre disponível para os alunos, não só para sanar dúvidas, como para me aproximar deles a fim de tornar mais interessante o aprendizado. E para isso, utilizarei todas as ferramentas possíveis dentro da plataforma.
b) Darei todo suporte necessário para que os alunos se tornem co-autores do curso, através de uma construção colaborativa de materiais.
c) Nunca darei feedbacks monossilábicos a respostas ou questionamentos dos alunos, seja nos fóruns ou em qualquer outra atividade/ferramenta de aprendizagem.
d) Promoverei a interatividade em todos os cursos que tutoriar, fazendo com que os alunos participem ativamente de todas as atividades que dependam de interatividade.

3. Assumo total responsabilidade em prezar e lutar pela autonomia de meus alunos, assim como valorizar cada esforço e tentativa que eles fizerem. Nesse âmbito, prometo:
a) Promover a autonomia de meus alunos no ambiente de curso através de dicas de navegação espalhadas pelo próprio ambiente nos locais em que mais for auxiliá-los.
b) Incentivar meus alunos a participarem das atividades interativas como fóruns, chats e wikis com o objetivo de que eles adquiram confiança ao escrever os textos das atividades e se sintam motivados a buscar outras e novas fontes de estudo.
c) Não repetir práticas de outros tutores sem estudar se serão úteis para a realidade de meus alunos.
d) Ser paciente com meus alunos para que dessa forma eles se sintam a vontade com a possibilidade de erro e tenham mais coragem para tentar e inovar.
e) Estudar meus alunos para ficar a par de seus conhecimentos e experiências prévias e dessa forma montar as estratégias corretas para incentivá-los a seguirem seus próprios caminhos.
f) Apoiar as agendas de estudo que meus alunos elaborarem.
g) Não criticar iniciativas próprias, mesmo que em um primeiro momento pareçam equivocadas.
h) Nunca esquecer a frase: "Quanto mais liberto da tutoria, mais imerso na autonomia".

Como último compromisso deste termo, me comprometo a revisar este documento periodicamente para, com base em novos conhecimentos teóricos e experiências práticas recém-adquiridas, retirar ou inserir tópicos a fim de tornar o documento atual e realmente relevante para meu trabalho enquanto tutora e para a dinâmica de aprendizagem de meus alunos.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

A contrução de comunidades virtuais - Um por todos, todos por um

As ferramentas interativas não são o bastante para se construir uma comunidade virtual. Não importa a plataforma, a nomenclatura, termos ou estratégias. Uma comunidade virtual é construida pelo mesmo aspecto das comunidades não-virtuais: a relação entre os seus integrantes. Ou seja, quaisquer tipos de comunidades precisam de redes humanas.

Apesar da igualdade entre comunidades virtuais e não-virtuais, existem três particularidades das comunidades virtuais:

1) Ausência de fronteiras: As comunidades virtuais são muito democráticas. Pessoas de todos os lugares do mundo podem se conectar à mesma rede, o que permite a troca entre pessoas de realidades absolutamente diferentes.

2) Ausência de contato físico: Desde crianças somos ensinados a explorar nossos 5 sentidos (visão, audição, paladar, olfato e tato), porém, quando embarcamos no mundo virtual, perdemos o uso de algumas aplicações desses sentidos. A possibilidade de uso de áudios e vídeos é cada vez maior, porém, não é o mesmo que termos a pessoa na nossa frente. Perdemos a linguagem corporal, que nas comunidades não-virtuais completa o significado das palavras.

3) Ausência de sincronia: Como a maioria das reações não são imediatas, é preciso manter atenção redobrada à interação. Nesse ponto, entra um dos papéis do tutor: o planejamento detalhado das intervenções, pensando bem as palavras e expressões, e incentivando os alunos a fazerem o mesmo, para que a comunicação aconteça sem mal entendidos.

Mas na verdade, a grande diferença entre comunidades virtuais e não-virtuais é: O USO DA PALAVRA. O uso da palavra representa o grande desafio dos educadores em EAD. O que você fala, pode ser retirado, mas o que você escreve, não.

domingo, 14 de junho de 2009

Pelo Buraco da Fechadura

"O professor chegou 10 minutos antes da aula começar. No quadro já estavam o nome da disciplina e o título da aula e também a primeira pergunta que ele queria fazer aos seus alunos. Mas na hora da aula, não havia qualquer aluno ali.

O professor se sentou e esperou. Aqueles alunos tinham que chegar! Afi nal, não era um curso qualquer: era uma pós-graduação de uma instituição de excelência, com professores gabaritados e, ainda por cima, gratuita. Além disso, todos os matriculados também eram professores, e haviam sido selecionados com base em critérios exigentes. Então, onde eles estavam?

Foi então que o professor viu um aluno olhando pelo buraco da fechadura. E notou, depois,os olhinhos se revezando. Mas nenhum deles entrou.

O professor já tinha tido contatos difíceis com alunos com dificuldades de aprendizagem, problemas de saúde, bagunceiros, barulhentos, agressivos. Já tinha precisado se virar para lidar com turmas agitadas ou dispersas demais, e tinha até sobrevivido a algumas tentativas de motim em sala de aula. Com alunos que não entravam na sala, no entanto, ele não sabia como lidar. “Será que eles não me viram aqui?” Ele pensou. “Até parece que nunca entraram em uma
sala de aula.”

Então ele olhou ao seu redor e viu sua sala de aula: tela, mouse, modem, seqüências de bytes, montes de ‘zeros e uns’. Fórum, chat, e-mail. A sala de aula parecia saída de um filme de ficção científica, e os alunos estavam curiosos, mas apavorados."

Como no filme Matrix, onde a chuva de caracteres na tela indicava tudo o que estava acontecendo no "mundo virtual" e ao mesmo tempo só era entendida por quem conhecia o computador e o sistema, os designers instrucionais precisam estar atentos a criar esquemas de conteúdos que não excluam os usuários que não conhecem o sistema. É preciso pensar sempre nos mais simples, para se conseguir atingir a todos.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

A contrução de comunidades virtuais - O Modelo Transacional

O rápido desenvolvimento dos meios de comunicação afetam e desafiam a educação. Um exemplo disso é o fato de grande parte das pesquisas sobre EAD, se concentrarem no aluno dentro da comunidade, fazendo parte de um grupo. Até por que, a EAD é pensada, em sua maioria, para o estudo de adultos, influenciado pelo modelo transacional, que é um dos pilares do "Modelo Tridimensional de educação de adultos" proposto po Boyd e Apps em 1980. Esse modelo prevê um diálogo entre grupos: grupo de professores com grupo de alunos e o diálogo interno do grupo.

A educação, desde seus primórdios, foi pensada para as crianças, afinal, elas é quem precisavam ser ensinadas e os adultos já sabiam o que precisavam para viver. Porém, o rápido desenvolvimento dos meios de comunicação afetou e desafiou esse modelo de educação. Prova disso é que grande parte das pesquisas sobre EAD se concentram no aluno adulto, dentro da comunidade virtual. É interessante lembrar que a própria natureza da EAD difere daquela dos primórdios da educação: o Ensino à Distância é pensado, em sua maioria, para o público adulto.

Os filósofos, Boyd e Apps, em 1980, criaram o "Modelo Tridimensional de Educação de Adultos", onde um dos pilares é chamado de "Modelo Transacional". Esse modelo prevê um diálogo entre os grupos de professores e alunos, enquanto grupos e não enquanto individuos. Os modos de interação possíveis seriam:
- Individual: curso com pouca ou nenhuma interação entre alunos
- Grupo: Aluno faz parte de um grupo
- Comunitário: os alunos interagem para resolver um problema da comunidade a que pertencem.

As três formas de interação definem quem, na verade, é o cliente do curso.Por exemplo: Se um professor faz um curso online, ele está no nível individual. A partir do momento em que ele começa a trocar informações com seus colegas virtuais do curso, ou mesmo com outros professores que conhece, ele passa para o nível Grupo. Mas se o conteúdo que ele está aprendendo no curso, e intensificando na troca com outros colegas, o fizer melhorar a aula que ele dá, o cliente passa a ser os alunos dele. Este é o nível Comunitário.

A infra-estrutura para a rede de interação é conseguida através de portais de gerenciamento de aprendizagem, ou LMS (Learnin Managment System). Porém, essa interface não é o mais importante. As características dos alunos são os pontos fundamentais na construção de um comunidade virtual. Um mesmo conteúdo de curso, ministrado a dois grupos diferentes, pode resultar na construção de uma comunidade virtual sólida e outra fraca.

Mas a possibilidade de não existencia da comunidade virtual sólida não é somente culpa dos alunos, o desenho instrucional do conteúdo na plataforma, é, na verdade, outro pilar da sustentabilidade das comunidades. A possibilidade, por exemplo, de uma discussão assíncrona, pode incentivar os alunos a fazerem questinamentos que cara-a-cara ele não teria coragem de fazer. Cabe ao designer instrucional decidir quando será interessante que essa ferramenta seja utilizada.

Na realidade das comunidades, a turma deixa de ser simplesmente a soma de seus integrantes, e passa a ser uma entidade com características e identidade próprias. No meio disso tudo, o aluno fica esquecido, inclusive pelo designer instrucional. Por isso, é importante pensar os cursos e seus desenhos instrucionais para o individuo, de forma que ele não se sinta excluído da comunidade.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

A contrução de comunidades virtuais - Aldeia Global

Durante a maior parte da história os conhecimentos eram passados verbalmente de geração para geração. A tradição tornava a comunicação lenta, mas isso não era problema já que o tempo também passava mais devagar nesta época. Depois de séculos de dominação do verbal, o ciclo foi quebrado com a invenção da prensa, por Gutemberg. A relação das pessoas com a linguagem escrita e com a mídia, começou um processo que, hoje, conhecemos muito bem: o isolamento das pessoas. Cada um podia ler o seu jornal e saber do que ocorria sem precisar conversar com outras pessoas. Apesar do isolamento perdurar até hoje, a tradição oral teve outro auge com o surgimento do rádio. Em seus primórdios, o rádio, retornou com a tradição oral e diminuiu o isolamento, reunindo as famílias ao seu redor para ouví-lo.

Marshall Mcluhan, filósofo canadense, percebendo esse relacionamento das pessoas com o rádio, dizia que estavamos voltando aos tempos de convivência tribal, e denominou o mundo interligado pela tecnologia eletrônica como "Aldeia Global".

Em seu livro, "Understanding Media", Macluhan prega que independentemente do que transmite, o meio de comunicação passa a ser a própria mensagem, à medida em que modifica os comportamentos. Desta forma, "a mídia é a mensagem!"

Não podemos deixar de lembrar dos meios de comunicação mais "atuais" que modificaram nosso comportamento. Hoje, quando falamos ao celular, por exemplo, não conseguimos nem lembrar como viviamos antes de ele existir. O mesmo acontece com o computador e o acesso à internet que aproxima pessoas de uma forma que nossos avós nunca imaginaram que poderia acontecer. Mais do que meios de comunicação, o celular e o computador, passaram a integrar nossas vidas e hoje, comunicam se somos modernos ou antiquados, informatizados ou analfabetos tecnologicos. Em outras palavras, mais do que meios de comunicação, o celular e computador passaram a ser a própria mensagem transmitida. Como diria o próprio Mcluhan: "O meio é a mensagem!".


Mas o que isso tudo tem a ver com educação, e principalmente, com Educação à Distância?

Simples, McLuhan foi o primeiro filósofo a traçar um paralelo entre Comunicação e Educação. Apesar de quase ninguém acreditar em suas teorias, há mais de 30 anos atrás ele já afirmava:"Uma rede mundial de computadores tornará acessível, em alguns minutos, todo tipo de informação ao mundo inteiro". Mais do que isso, ele considerava que o ponto de partida para a educação não era o conteúdo do livro, mas a vontade do aluno em aprender. Em EAD, esse é o ponto fundamental, já que os alunos não precisam estar presentes em sala de aula, o que os motiva é quase que exclusivamente sua vontade de aprender. Não é a toa que estudos de diversas escolas apontam alunos com mais de 30 anos os com as melhores notas em cursos à distância. Com esta idade, o aluno já é maduro, e estuda por que realmente quer.

Sempre surpreendente, o filósofo deu, em sua época, quando ainda não existia internet, uma valiosa dica de como ser um bom tutor de ensino à distância: "A tarefa educativa não é fornecer, unicamente, os instrumentos básicos da percepção, mas também desenvolver a capacidade de julgamento e discriminação através da experiência social corrente". Apesar de criticado, as teorias de Mcluhan vem se tornando realidade com a contextualização do ensino e o uso da mídia como aliada na educação. Viva McLuhan!

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Perfil de Aluno de Ensino à Distância

O aluno com o perfil traçado abaixo é funcionário de uma empresa a qual minha instituição presta serviços educacionais. Por políticas de sigilo da empresa-cliente, não posso citar seu nome. A empresa é uma multi-nacional e possui uma política de capacitação dos funcionários em diversas áreas, de capacitação para o trabalho à capacitação pessoal. Grande parte dos cursos disponibilizado têm caráter obrigatório para os alunos, que têm seus resultados enviados para a matriz da empresa.

Idade: 36 anos
Sexo: Masculino
Formação: Bacharel em Administração
Cargo na empresa que trabalha: Representante de Vendas
Disciplinas que estuda: Treinamento Interativo de Compliance (sobre boas práticas no trabalho) e Treinamento Interativo Escreva Certo (sobre normas para se escrever emails corporativos).
Tempo disponível para o estudo: 2 a 3 horas por semana
Interesses no curso: Terminar o conteúdo o mais rápido possível.
Motivação: Obrigatoriedade no cumprimento das etapas.
Estratégia de aprendizagem: Anotar em um papel os pontos que achar com possibilidade de aparecerem nas avaliações dos fins de módulos.

Tempo de contato com EAD: 2 anos
Conhecimentos de Informática: Usuário básico de computador e internet (usa o computador principalmente para ver emails da empresa e preparar relatórios para seu gerente).
Horário que acessa a internet para estudar: Depois das 23 horas.
Periodicidade de acesso à internet: Pelo menos 1 vez por dia.

Este relatório foi preparado para cumprir uma etapa do curso de Pós-Graduação “Planejamento, Implementação e Gestão de Ensino à Distância” e mostra um perfil diferente do da maioria de estudantes de EAD. Apesar de diferente da maioria, é um perfil bem comum dentro do ambiente corporativo, onde os alunos são tratados como usuários que precisam realizar o curso e ponto final.

Enquanto preparava o relatório, me lembro que pensei muito sobre Motivação. Sem a motivação certa, os alunos não aprendem e, pior, começam a achar que o Ensino à Distância não é um método válido de educação.

Fica o alerta.