segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Arquitetura da Informação e materiais instrucionais

Materiais instrucionais tem duas perspectivas: a nuclear e a periférica.

A informação nuclear é toda aquela que o aluno realmente precisa ler e aprender. Ela tem uma estrutura muito parecida com a de materiais impressos: é linear e não permite aprofundamento do assunto.

Já as informações periféricas são aquelas que permeiam o núcleo do texto munindo o aluno de dados complementares que podem ser simplesmente interessantes, ou um aprofundamento do assunto.

O uso de informações periféricas é bastante complicada para Designers Instrucionais acostumados com a produção de material impresso. Pois, normalmente, ao produzirmos textos, o fazemos com uma ordenação lógica: apresentação, desenvolvimento e conclusão. Essa linearidade é fatal no EAD, pois desestimula os usuários a estudarem e a se aprofundarem no conteúdo.

Existem várias formas de exibir esse conteúdo periférico. Já falamos sobre elas no post "Arquitetura da Informação: Desdobrando o Conteúdo" do dia 31/08/2009. Você pode encontrar o post procurando pelas tags: Designer Instrucional e Aula Virtual.

Primeiro passo para um Design Instrucional de sucesso: O Planejamento

O primeiro e mais importante ponto de um Design Instrucional é a preparação, ou Planejamento. Não importa se você está muito ocupado ou se está com muita pressa para implentar o curso: Você tem que planejar! Sem o devido planejamento, além de perder tempo com materiais desnecessários, você não deixa sua idéia clara o suficiente para que ela seja plenamente entendida pelos alunos. A grande questão é: "to work smarter, not harder". Planejando o que será feito, suas idéias ficam claras e você trabalha o conteúdo de forma que os usuários terão prazer em estudá-los.

Para começar, você precisa explorar suas habilidades de contemplação e reflexão. Perca algum tempo contemplando e refletindo sobre o conteúdo, mas não se esqueça de que Clareza é o seu ideal. Depois desse tempo, você poderá escrever seus objetivos. Eles devem ser no máximo cinco, mas esse número vai depender do quão complexo é o material que precisa ser ensinado e de quanto você conseguirá ser realista sobre o que quer alcançar com o material.

Com seus objetivos traçados, você precisa detalhar exatamente o que quer que seus usuários sejam capazes de fazer quando terminarem de estudar o conteúdo. Nesse ponto, você precisa ter em mente o seu público:

Idade e Genero
Esses fatores podem fazer uma grande diferença. Existem exemplos que podem funcionar bem para um grupo e para outro, mais velho ou mais novo não.

Prévio conhecimento do assunto
Esse é um fator crítico. O aluno pode reconhecer os tópicos e ficar satisfeito ou ficar entediado lendo tópicos que ele já conhece. Sabendo o que os alunos já conhecem sobre o assunto, você poderá dar pitadas de suporte visual ou exemplos práticos.

Preferências de como aprender
Uma estimativa do grupo sobre esse assunto te dará uma estrada a seguir, com noções do que irá agradar.

Habilidades para aprender sozinho
Pode fazer toda a diferença. Quanto mais independentes os alunos forem, menos estrutura e acompanhamento eles precisarão. Uma vez que eles saibam por que o tópico é relevante, poderão ir direto as informações certas.

Interesse e motivação
É a chave do sucesso por que é impossivel obrigar alguém a aprender. Se seus materiais são realmente importantes para os alunos, mas eles não veem assim, você terá que devotar um tempo maior atraindo a atenção deles e explicando isso.

Com base nas informações acima, podemos resumir o planejamento de um curso à distância respondendo as seguintes perguntas:

- Qual é o seu objetivo?
- O que, especificamente, você precisa que seus alunos estejam habilitados a fazer quando terminarem de estudar o material?
- Seu objetivo é realístico em um único módulo? Você precisa de uma pausa ou de suplementos do materiais com outras atividades e recursos?
- O que você sabe sobre seu público: seus conhecimentos prévios, seus interesses e motivações, etc...?
- Que conteúdo você considera agregar valor real aos seus objetivos?

Arquitetura da Informação: Desdobrando o Conteúdo

A arquitetura da Informação, dentro de um curso e-learning, entre outras coisas, rege o desdobramento do conteúdo principal em conteúdos periféricos. Existem algumas ferramentas bastante úteis nesse desdobramento, são elas:

Caixa de Ênfase
As vezes, é preciso mostrar para o aluno que aquele conteúdo específico é importante. A Caixa de Enfase ressalta partes importantes do conteúdo.
Exemplos de uso: Estabelecimento de um conceito geral, síntese, de uma idéia importante, um comentário...



Caixa de Explicação Expandida
Em algumas situações é preciso expandir uma explicação sem quebrar o ritmo do texto, nesses casos, usa-se a Caixa de Explicação Expandida. O texto aqui não precisa ser curto, mas precisa, necessariamente, ter relação com o texto-base.


Caixa de Dicionário
Esse recurso oferece ao aluno uma definição padrão de um termo. O termo que será explicado na Caixa, precisa ser marcado de alguma form
a no texto principal. O uso de imagens é pouco usado.



Caixa de Informação avulsa ou de curiosidade
Essa caixa permite um desdobramento mais amistoso, menos acadêmico. Até a narrativa pode ser mais leve, com menos formalidades.



Caixa de Conexão com outras mídias
Aqui, o desdobramento é tão amplo, que extrapola os limites do papel e da tela. É o espaço para indicar livros, filmes, seriados e documentários sob
re o tema para os alunos.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O que é Arquitetura da Informação?

Arquitetura da Informação é a combinação entre a organização do conteúdo e interface na qual ela é visualizada. A arquitetura da informação é mais que as possibilidades de visualização de um conteúdo online, afinal, até um livro a possui. Sobre isso, Pierre Lévy comentou:

"Estamos hoje tão habituados com esta interface que nem notamos mais que existe. Mas no momento em que foi inventada, possibilitou uma relação com o texto e com a escrita totalmente diferente do que fora estabelecido com o manuscrito: possibilidade de exame rápido do conteúdo, de acesso não linear e seletivo ao texto, de segmentação do saber em módulos, de conexões múltiplas a uma infinidade de outros livros graças às notas de pé de página e às bibliografias."



Exemplo de como a diferença entre o manuscrito e o livro trouxeram problemas aos "usuários" da época

A disposição das informações é quase mais importante que o conteúdo, pois se bem feita, possibilita o desdobramento do assunto orientando e valorizando a autonomia do aluno.

Mesmo que no meio impresso, é importante que o DI desdobre o texto a fim de abrir o leque de possibilidades de estudo para o aluno. As informações podem ser deslocadas do texto principal, em boxes por exemplo. Sem que se dê conta, o aluno sabe o que é a informação central e a periférica.

Uma das grandes vantagens do EAD é, exatamente, a possibilidade de Arquitetura da Informação, que é mais difícil em uma aula presencial. Afinal, no presencial, o professor define em que ordem o aluno vai ter acesso às informações, enquanto no EAD, que escolhe o caminho é o aluno.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Personalize

Nem bloco, nem atividade. O Personalize é um filtro, dos mais interessantes. Até descobri-lo, perdi as contas de quantas vezes ouvi de clientes: "Tem como o nome do usuário aparecer no meio do texto?" e de quantas vezes precisei dizer "Infelizmente, não".

O Personalize permite exatamente isso: a insersão do nome do usuário dentro de textos publicados no Moodle. Por exemplo: "Eu, <>, me compromento a...". Em lugar de "Nome do usuário" aparece o nome que está logado.

Essa é uma ótima ferramenta de personalização pois faz com que o usuário se sinta mais próximo do sistema, pois, como sabemos, nada mais doce do que ouvir, ou no nosso caso ler, nosso nome.

Onde encontrar
http://moodle.org/mod/data/view.php?d=13&rid=2257

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Abaixo, publico o último dos trabalhos da pós que consegui resgatar da plataforma. Quando o novo módulo começar, no fim de agosto, vou ter mais trabalhos para publicar aqui.

De qualquer forma, ainda tenho várias resenhas para publicar. :)

No trabalho foi proposto que escrevessemos um texto inicial para um fórum de discussão. Como sempre, o tema do meu curso fictício foi Fotografia. Além dos textos para os alunos, precisavamos dar instruções de como o tutor deveria conduzir a discussão.

Com certeza existem inúmeras formas de dizer o que eu disse abaixo, mas o trabalho ganhou 10! :)


Argumentação Inicial para o Fórum
Atualmente a fotografia tem tomado um espaço especial na vida das pessoas. Não é raro vermos um casamento ter tantos fotógrafos quanto convidados por causa da facilidade que se tem de comprar e operar uma câmera digital. Além disso, o custo da fotografia foi bastante barateado já que você tem a opção de simplesmente apertar o botão, e, não imprimir o resultado.
Para você, o mercado da fotografia profissional vai ser diminuído a longo prazo por causa dessa democratização? Por que você tem essa opinião? Conte um caso vivido por você ou por outra pessoa que explique o por que de você ter essa opinião.


Perguntas auxiliares e/ou orientações para a tutoria
Os tutores deverão orientar a discussão de forma que tanto o grupo que acredita na diminuição quanto o que não acredita possam argumentar de forma clara suas idéias. Perguntas como: “O que você exatamente você quis dizer?” e “Como você chegou a esta conclusão?”, podem e devem ser utilizadas de forma que os alunos raciocinem verdadeiramente os argumentos que estão utilizando.
Como um dos pontos da Argumentação do Fórum impõe a descrição de um caso que ilustre a opinião, é válido lembrar os alunos da obrigatoriedade de resposta e comentar as histórias contadas.

OU Blog

Essa é uma das poucas atividades programadas que consegue superar a atividade nativa similar. Isso acontece por um único motivo: o blog nativo do Moodle não permite comentários nos posts!

O Blog foi criado pela Open University e funciona muito bem. Por padrão, ele permite que todos os usuários consigam postar, mas isso pode ser facilmente resolvido na página de permissões do "Role". Dependendo do tamanho do site, e do número de blogs nele, é interessante criar um "Role" chamado "Blogger" ou algo similar, para limitar quem são os que podem postar.

Onde encontrar
http://moodle.org/mod/data/view.php?d=13&rid=1820

Form Maker

Várias vezes me deparei com a necessidade de criação de formulários para envio de emails ou inscrição em cursos e eventos. Nessas ocasiões, eu chamava o programador da equipe que montava um formulário em html/php. O processo não era demorado, dependendo da disponibilidade dele, porém, quando era preciso uma pequena alteração, precisamos acioná-lo novamente. Foi então que descobrimos o box "Form Maker".

O Form Maker permite a criação de um formulário de forma simples e bastante eficaz. Os dados preenchidos pelo usuário podem ser enviados para um email, e/ou armazenados em um banco de dados para futura conferência do tutor. O BD criado, pode ser facilmente baixado para um arquivo excel.

O lado ruim?
O formulário é exibido dentro do box, por isso, se for muito grande fará o box ficar muito grande e, em muitos casos, desproporcional aos outros elementos da página.


Onde encontrar
http://moodle.org/mod/data/view.php?d=13&rid=2282

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Certificado

Para alguns alunos, mais importante que o curso em si, é o Certificado recebido após o encerramento. Já presenciei casos em que os usuários imprimiam os certificados dos cursos internos da empresa e os colavam em sua "baia". Eles eram, para esses usuários, como as medalhas de honra ao mérito são para os escoteiros :) . Por outro lado, também já vi usuários ligarem para o Suporte perguntando se eles precisavam mesmo imprimir o Certificado, já que a empresa tinha uma rígida política de economia de papel. Ambos os casos, são cobertos de forma eficaz pelo módulo programado "Certificado" do Moodle.


Sobre a atividade
- Permite que o tutor escolha as atividades-requisito para que o usuário retire o Certificado (para, por exemplo, só permitir que o usuário obtenha o certificado se visualizar 100% de um determinado conteúdo e acertar 70% da avaliação)

- Exibe um relatório com o nome de cada usuário que retirou o certificado, seguido da data/hora da retirada. Esse relatório pode ser baixado para um arquivo Excel e permite que a impressão do certificado não seja obrigatória já que o tutor tem um controle de quem já terminou o curso.

- Permite a impressão do certificado. Muitos utilizam essa possibilidade em cursos metade a distância, metade presencial: Na primeira parte do treinamento, a distância, o aluno retira o certificado. Na segunda parte, presencial, o aluno deve levar o certificado que será assinado pelo professor.

- É possível configurar o módulo para que seja enviado um email para o professor sempre que um aluno retira o certificado.

Onde encontrar
http://moodle.org/mod/data/view.php?d=13&rid=683

Book

A atividade "Book" é bastante utilizada em diversas organizações já que facilita a autoria de cursos, exibindo o conteúdo (texto e imagens) em páginas e capitulos (como em um livro). Existem várias versões da atividade, algumas contam com marcador de texto e bloco de anotações, mas a de uso mais simples, tanto para o usuário quanto para o operador que insere o "Book", é a mais antiga do moodle.

Particularmente, acho que a atividade nativa "Lição" é bem mais eficaz que o "Book" pois permite, além da inserção de textos e imagens, a possibilidade de publicar questões a serem respondidas pelos usuários. A vantagem do "Book" é a facilidade de inserção de conteúdo, já que só é possível criar um caminho linear.

Onde encontrar
http://moodle.org/mod/data/view.php?d=13&rid=319