quarta-feira, 10 de junho de 2009

A contrução de comunidades virtuais - O Modelo Transacional

O rápido desenvolvimento dos meios de comunicação afetam e desafiam a educação. Um exemplo disso é o fato de grande parte das pesquisas sobre EAD, se concentrarem no aluno dentro da comunidade, fazendo parte de um grupo. Até por que, a EAD é pensada, em sua maioria, para o estudo de adultos, influenciado pelo modelo transacional, que é um dos pilares do "Modelo Tridimensional de educação de adultos" proposto po Boyd e Apps em 1980. Esse modelo prevê um diálogo entre grupos: grupo de professores com grupo de alunos e o diálogo interno do grupo.

A educação, desde seus primórdios, foi pensada para as crianças, afinal, elas é quem precisavam ser ensinadas e os adultos já sabiam o que precisavam para viver. Porém, o rápido desenvolvimento dos meios de comunicação afetou e desafiou esse modelo de educação. Prova disso é que grande parte das pesquisas sobre EAD se concentram no aluno adulto, dentro da comunidade virtual. É interessante lembrar que a própria natureza da EAD difere daquela dos primórdios da educação: o Ensino à Distância é pensado, em sua maioria, para o público adulto.

Os filósofos, Boyd e Apps, em 1980, criaram o "Modelo Tridimensional de Educação de Adultos", onde um dos pilares é chamado de "Modelo Transacional". Esse modelo prevê um diálogo entre os grupos de professores e alunos, enquanto grupos e não enquanto individuos. Os modos de interação possíveis seriam:
- Individual: curso com pouca ou nenhuma interação entre alunos
- Grupo: Aluno faz parte de um grupo
- Comunitário: os alunos interagem para resolver um problema da comunidade a que pertencem.

As três formas de interação definem quem, na verade, é o cliente do curso.Por exemplo: Se um professor faz um curso online, ele está no nível individual. A partir do momento em que ele começa a trocar informações com seus colegas virtuais do curso, ou mesmo com outros professores que conhece, ele passa para o nível Grupo. Mas se o conteúdo que ele está aprendendo no curso, e intensificando na troca com outros colegas, o fizer melhorar a aula que ele dá, o cliente passa a ser os alunos dele. Este é o nível Comunitário.

A infra-estrutura para a rede de interação é conseguida através de portais de gerenciamento de aprendizagem, ou LMS (Learnin Managment System). Porém, essa interface não é o mais importante. As características dos alunos são os pontos fundamentais na construção de um comunidade virtual. Um mesmo conteúdo de curso, ministrado a dois grupos diferentes, pode resultar na construção de uma comunidade virtual sólida e outra fraca.

Mas a possibilidade de não existencia da comunidade virtual sólida não é somente culpa dos alunos, o desenho instrucional do conteúdo na plataforma, é, na verdade, outro pilar da sustentabilidade das comunidades. A possibilidade, por exemplo, de uma discussão assíncrona, pode incentivar os alunos a fazerem questinamentos que cara-a-cara ele não teria coragem de fazer. Cabe ao designer instrucional decidir quando será interessante que essa ferramenta seja utilizada.

Na realidade das comunidades, a turma deixa de ser simplesmente a soma de seus integrantes, e passa a ser uma entidade com características e identidade próprias. No meio disso tudo, o aluno fica esquecido, inclusive pelo designer instrucional. Por isso, é importante pensar os cursos e seus desenhos instrucionais para o individuo, de forma que ele não se sinta excluído da comunidade.

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